Ferry Boat pode ter preços reajustados ou horários reduzidos
Empresa diz que enfrenta defasagem tarifária de sete anos e avalia mudanças no serviço
A NGI Sul, concessionária responsável pelo transporte fluvial entre Navegantes e Itajaí, alertou nesta terça-feira (17) que pode aumentar os preços das tarifas ou reduzir os horários de funcionamento, especialmente nos fins de semana e madrugadas. A medida seria necessária devido à defasagem tarifária que a empresa enfrenta desde 2017.
Segundo a NGI Sul, enquanto outras travessias em Santa Catarina já tiveram reajustes, a última revisão tarifária da empresa ocorreu há mais de sete anos. Nesse período, a inflação acumulada chegou a 84,12%, conforme o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas. Essa defasagem tem gerado prejuízos operacionais, com aumento nos custos de insumos, mão de obra, óleo diesel marítimo e materiais essenciais, como o aço.
A pandemia de COVID-19 agravou o cenário, reduzindo o movimento durante o auge da crise e elevando os custos de materiais náuticos. A NGI Sul destaca que emprega mais de 250 profissionais diretamente e outros 300 de forma indireta, incluindo marinheiros, mecânicos, soldadores e cobradores.
Comparativo de tarifas
A concessionária comparou suas tarifas com outras travessias do estado. Em Laguna, a travessia de automóveis custa R$ 24, enquanto em Itajaí-Navegantes o valor permanece congelado em R$ 9,05 desde 2017. Para motocicletas, o custo é de R$ 4,25 em Laguna, contra R$ 2,30 na NGI Sul. Já na travessia entre Joinville e São Francisco do Sul, os valores são ainda maiores: R$ 25 para automóveis e R$ 5,55 para motocicletas.
Impactos e possíveis mudanças
Sem reajuste, a empresa afirma que a situação compromete novos investimentos e a sustentabilidade das operações. Entre as medidas estudadas está a suspensão das atividades da balsa entre os bairros Barra do Rio (Itajaí) e Machados (Navegantes) aos domingos, além da redução do horário de funcionamento, atualmente das 5h às 22h50. Outra possibilidade é diminuir a frequência das viagens noturnas e de madrugada, que hoje ocorrem 24 horas por dia.
Apesar de reuniões frequentes com a ARESC (Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina) e a Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade (SIE), ainda não houve avanços para autorizar o reajuste tarifário.
O Governo do Estado informou, por meio de comunicado, que tomou conhecimento da situação por meio da imprensa.
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